Rainha por Nove Dias




"Abril de 1551. Durante uma visita da família de Lorde Henry Grey à sua propriedade em Devon, as irmãs Grey são salvas de um afogamento por um aprendiz de médico chamado Richard Stocker. Este não faz ideia de que este simples acto de coragem irá lançá-lo numa onda de revoltas sociais e religiosas que mudará não só a sua vida, mas também o curso da história britânica. Grato por ele lhe ter salvo as filhas, Lorde Grey concorda em admitir Richard ao seu serviço. Lady Katherine apaixona-se por ele, mas Richard sente-se mais atraído pelo intelecto da sua brilhante e impulsiva irmã, Lady Joana, com quem desenvolve uma amizade muito próxima. Após a morte do rei Eduardo VI, a adolescente Lady Joana é proclamada rainha. Porém, depressa é deposta e decapitada. Richard decide então voltar à medicina e abandonar as intrigas da vida na corte. O autor apresenta-nos um trabalho memorável e vivido de ficção histórica, que é ao mesmo tempo um "thriller" político e uma apaixonante história de amor."




Esta sinopse foi escrita por alguém que, seguramente, não leu o livro!

Logo à partida, o nome das personagens não está correcto, já que não existe nenhuma Lady Joana mas sim uma Lady Jane e não há uma Katherine, mas sim uma Catherine e não pode ser erro, porque que me lembre nunca são assim citadas. Quanto à apaixonante história de amor, de apaixonante teve pouco ou não fosse um homem a escrever esta obra e portanto os floreados foram poucos ou nenhum. Richard ser aprendiz de medicina e a sentir-se mais atraído por Jane que por Catherine, não sei onde foram buscar essa idéia, mas devemos ter lido livros diferentes...

Enfim, passemos ao que interessa: este livro é baseado na história verídica de Jane Grey que aos 16 anos foi coroada rainha de Inglaterra contra a sua vontade, sendo decapitada 9 dias depois, acusada de traição. Do ponto de vista histórico, o livro é muito preciso, relatando-nos os factos com exactidão e conseguindo transportar-nos para a época Tudor, da qual sou fan.

As intrigas da corte, os jogos políticos, as tramoias para chegar ao poder, tudo é relatado numa escrita fluida o que torna esta obra muito interessante. Eu pelo menos gostei bastante!

Em nota final duas coisas que me agradaram menos: o facto da história ser relatada na 1ª pessoa (que é coisa que detesto e me faz desistir logo de um livro, mas desta vez abri excepção) e da pouca coerência entre a idade dos personagens e a maturidade dos seus diálogos, sobretudo Mary que com 6 anos fala e actua como se tivesse 15. Acredito que o autor tenha querido manter-se fiel aos factos e à idade real dos personagens, mas nas conversas de Mary ninguem diria que ela teria tão tenra idade...

Para quem aprecia romances históricos, esta é uma leitura que recomendo, com as reservas que acima citei.



Nota da N: 8/10

2 já disseram de sua justiça:

Miguel Cunha disse...

Viva, como vai?
Encontrei o seu blog por um mero acaso, ou seja, andava à procura de alguém que também tivesse lido o excelente livro "Rainha por nove dias". Estive a ler o seu comentário e não posso deixar em claro uma das suas informações. Lady Jane não foi decapitada 9 dias após ter sido nomeada rainha . Ela sim, foi destronada nove dias após a sua coroação, (Reinou de 10 de Julho de 1953 a 19 de Julho de 1953), mas só foi executada pelo crime de traição, apenas no dia 12 de Fevereiro de 1554, quase um ano depois de ter sido destronada.
Já agora, posso dizer que também sou aficionado pelos livros que retratam a história do reinado Tudor, sendo uma das minhas escritoras favoritas a famosíssima Philippa Gregory.
Para troca de comentários sobre este e outros livros, escreva-me para o seguinte e-mail: fermicosta@hotmail.com.
Gostaria muito de receber notícias suas.
Boas leituras,
Fernando Miguel

Miguel Cunha disse...

Tomei a liberdade de deixar aqui no seu blog a minha resenha sobre o livro em causa. O comentário a este e outros livros e não só poderá encontrá-los no meu blog: http://toquedemidas.blog.com

Mais um livro que retrata um pouco da história de Inglaterra, mais especificamente da dinastia Tudor. Desta vez o autor que trago aqui, não é Philippa Gregory de quem já li alguns livros sobre esse tema. O livro "Rainha por nove dias" de Edward Charles, descreve o período pós-morte de Henrique VIII e respectiva sucessão ao trono. Apesar do título do livro sugerir a uma história que gira em torno da vida de Jane Grey, a qual foi rainha de Inglaterra por nove dias, isso não é bem verdade. O livro, apesar de ir ao encontro dos acontecimentos onde Jane Grey esteve envolvida, o certo é que o protagonista do livro é um jovem auxiliar de uma das inúmeras quintas pertencentes à poderosa família Grey, de nome Richard Stocker.
Richard devido à sua honestidade, à sua grande capacidade de trabalho e também devido à sua boa estampa física, foi ganhando confiança dentro da família Grey. Chegando a viver um romance tórrido com uma das filhas do casal Grey, Catherine, e mais tarde acompanhando de muito perto os últimos meses de vida de Lady Jane, a qual Richard a considerava como sendo uma das pessoas mais puras e cultas existente à face da terra, nutrindo por ela uma grande admiração. E é este episódio sobre a ascensão ao poder, de uma certa forma contrariada, de Lady Jane e mais tarde a sua condenação à morte por traição, por indicação da nova rainha de Inglaterra Maria, filha de Henrique VIII, que a história do livro retrata sempre com Richard envolvido.
A conclusão que se tira deste livro, é a sede de poder que existia na altura, nem que para isso se tenha de prejudicar a própria família. Os membros da família, principalmente os filhos, eram usados como peças de xadrez num jogo muito perigoso. Será que hoje a situação é muito diferente? Uma coisa certa, actualmente não existe o cepo, onde os supostos traidores/malfeitores punham os seus pescoços a nus, para que num golpe certeiro fossem decepados. Se calhar não seria mal pensado para alguns parasitas da sociedade que andam por aí.
Chega de divagações. Se se interessa por história e tem alguma curiosidade pela dinastia Tudor, aconselho vivamente o livro "Rainha por nove dias" de Edward Charles.
Boas leituras.

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